domingo, 18 de maio de 2008

Revólver

A rua era St. Petersburg, e Sr. Pratt caminhava em direção a seu fim. Não, não ao fim de sua vida, mas o fim da rua, onde se encontrava uma construção do tipo 'secreta e antiga', daquelas que não dizemos o nome. Sr. Pratt parecia preocupado e um pouco irritado, mas resolveu usar seu orgulho ferido para melhorar sua situação e ser melhor que quem o feriu, e isso tudo porque uma vez ouviu a tal frase "Use this will of pride to improve".

Seus passos eram largos e sem 'temor' do barro, que impregnava toda a rua. Talvez esses passos fossem temerosos pelo simples fato de que a mente de Sr. Pratt viajava para o outro lado da rua, naquela construção 'secreta e antiga', que não dizemos o nome, a o que ele iria dizer e a conseqüência de suas palavras.

Que orgulho homem! Fostes logo arranjar problema com aquela instituição. De qualquer forma, te admiro. Grande coragem, que muitos chamam de grande estupidez. Enfim, é bom se preparar, pois estais logo a frente da porta, e, se eu fosse você, tomaria cuidado com seus próximos atos.

Devagar.. Isso. Abristes a porta, agora vire à direita e caminhe até àquela porta verde, essa de maçanetas vermelhas. Achou? Agora é com você, e te desejo o melhor, pois afinal, o senhor se arrepende do que aconteceu, e todos nós erramos.

É.. Sociedade secreta e antiga, assunto secreto e novo. Novo pois a tal sociedade não está acostumada com esse tipo de assunto. Não posso contar o que realmente aconteceu, mas logo que o homem de bigodes muito pretos e penteados fechou a boca, Sr. Pratt foi retirado da sala a socos. A vida não é fácil, certo?

Orgulho ferido de novo, e lá estava Sr. Pratt voltando para casa, e para piorar, com suas botas sujas. Logo que a porta se abrisse deveria encontrar-se ali sua família, suas filhas bordando, seu filho homem tocando alguma sinfonia no piano, sua mulher, situada na namoradeira, tentando ler algum livro apesar do barulho presente na sala. Mesmo com a imagem perfeita na cabeça de Sr. Pratt, nada poderia realizar esse desejo de tudo voltar como sempre foi. Tudo tinha ido embora.

Se já não bastasse a bota suja, os socos e hematomas e o orgulho ferido, também não havia companhia alguma. Amigos? Que amigos? Estava 'só'. Não te avisei Sr. Pratt? Fez a bobeira de não dar valor, como conseqüência perdeu o orgulho e agora até suas botas estão sujas. Agora o que restava era seu 'amigo' uísque, amigo que não fala, não abraça, mas facilita pra relaxar. Sr Pratt, que falta de respeito! Não abuse tanto de seu 'amigo', por favor. Horas e horas falando de sua situação, só de mágoas do passado, e ele ali sem nem ter opção de ouvir ou não.

Bom, 'amigo' uísque apresentou Sr. Pratt a outro amigo, um muito violento, para se dizer, e uma má influência, com certeza. Amigo uísque deveria não agüentar mais as mágoas de Sr. Pratt e quis se livrar logo. Esse amigo novo aí, só bastou dar uma solução mais simples, e logo foi Sr. Pratt atrás, sem nem pensar direito se era muito drástico ou não.

Ai ai Sr. Pratt.. Mal sabia que sua família estava voltando para casa, por uma ironia do destino. Uma pena mesmo.

Nenhum comentário: